Friday, March 10, 2006

Da Natureza

Subitamente, após um raio eloquente da Natureza, invadi-me de paixão, paixão por Ela, verde como um abacate maduro, inverosímil como um advogado da função pública do Céu divino.
Transformei-me em porcelana para não mais ser indiferente a um olhar oco, para ser contemplado como algo belo por fora, uma máscara ao vácuo que provinha de dentro.
Pela paisagem de um raio à beira dum mar intransigente e enraivecido, contemplei algumas estrelas que brilhavam só para mim, passei por uma réstia de vento esbaforido, gritei ,num Ar desprezado e fundamental, pela beleza das águas, no mundo que ninguém percebe, na Terra dos homens deitados que mesmo assim contemplam o que vêm em frente, não ligando ao que os rodeia, influenciados por uma floresta de cimento indiferente.
Invoquei a Liberdade quando precisei dela, quando vi nos outros a falsa essência da perfeição e do belo. Lembrei-me assim do amor esquecido, agora lembrado. Amei a Natureza dez mil vezes mais que amo o meu Ser, agora esquecido.
Cantei os olhos verdes da Natureza que permanecem fechados. Terá que ser a nossa raça indigna a mergulhar no mar da incerteza. Teremos de ser nós a preparar uma vida livre e musical a quem de nós herdará o som da obra prima que é a Natureza corrompida.
Sorridente me vi ele até abrir as janelas da alma e acordar. Taciturno e obscuro morrerei enquanto desperto, ansiando por um Paraíso nas árvores.

5 Comments:

Blogger iNuno said...

Sê bem vindo a bordo, puto. Começas bem, justamente com algo que me anda a ocupar o pensamento nestes últimos tempos.

E já somos o dobro.

8:05 PM  
Blogger Dinis Lapa said...

Passo-me a apresentar. Sou o Teófilo Mastronardi.

8:30 AM  
Blogger iNuno said...

Mastronardi?? Isso é deveras pornográfico, meu amigo... :)

11:51 AM  
Blogger Dinis Lapa said...

:P

2:05 PM  
Anonymous Anonymous said...

This is very interesting site... » » »

3:43 PM  

Post a Comment

<< Home